
Texto por: Caroline Manzan
Quando pensamos em equipe de um ensaio clínico, é comum que a gente pense em equipe do centro de pesquisa ou equipe do patrocinador. Mas será que esse pensamento é o mais alinhado com o que esperamos ter como resultado do trabalho dessa equipe.
A verdade é que todos os envolvidos em um ensaio clínico têm o seu papel, função e importância e que juntos estão em prol do mesmo objetivo: o bem-estar e segurança do participante de pesquisa e a qualidade dos dados que estão sendo coletados para que os resultados daquele estudo sejam confiáveis.
Apesar do mesmo objetivo, é comum encontrarmos divergências de entendimento entre as equipes e, para esse artigo, vou me ater à relação entre coordenadores dos centros de pesquisa e os monitores designados pelos patrocinadores e organizações representativas de pesquisa clínica.
Essa relação, que deve ser de parceria para alcançar o resultado esperado, muitas vezes pode se perder exatamente por falta dessa visão do objetivo comum e pela falta de diálogo entre as partes. E quando digo diálogo, eu penso em comunicação verbal-oral síncrona, aquela que dá possibilidade de fala e argumentação dentro do mesmo espaço de tempo.
A comunicação síncrona tem perdido cada vez mais espaço, visto que, primariamente, estamos utilizando métodos de comunicação escrita assíncrona como e-mails e aplicativos de mensagens instantâneas. Esse tipo de comunicação é pobre em informações não verbais como tom de voz e expressão facial que facilitam, e muito, o entendimento entre os envolvidos e o desenvolvimento da empatia.
Monitores que vão até o centro de pesquisa, verificam os documentos e fichas clínicas e vão embora com pressa para pegarem o voo, então, usam como solução mandar um e-mail com uma lista de pendências que, na maioria das vezes, não tem nenhuma explicação adicional. Coordenadores que, ao receber essa lista, não respondem ou respondem parcialmente, visto que estão sobrecarregados com o atendimento de pacientes, além de todas as outras atividades que envolvem a sua rotina. Certamente, um momento de conversa em que explicações e argumentos podem ser entendidos e levantados facilitaria, e muito, o processo de união entre essas equipes que, no final das contas, se fundem para os resultados do estudo clínico.
Em momentos de comunicação truncada, relembrar o objetivo comum é chave para o estabelecimento dessa parceria. Além disso, alinhar expectativas em relação ao que deve ser feito, prazos e explicações sobre a importância de cada pedido são medidas simples e eficazes para que tenhamos uma única equipe estabelecida com todos os membros envolvidos, independente do endereço e empregador onde estão registrados.
Os dispostos a implementar esse estilo de comunicação terão como benefícios a eficiência, rapidez e colaboração que tanto queremos dentro da pesquisa clínica.
Siga a Caroline nas redes: